Estou solitária.
Minhas calçadas estão descalças.
Fui celebrada em outrora, quando era útil,
mas outras passagens foram criadas —
mais iluminadas, ou mais largas.
Aqui, as crianças não brincam mais.
Acredito que prenderam a infância nas casas tristes.
O semáforo já é um sinal sem sentido,
paralelepípedos com tédio sem paralelos.
Às margens do meio-fio, os postes brilham para ninguém.
As faixas de pedestres não se desgastam mais com as solas.
O que resta nesta via é a memória bem-vinda:
afasto a tristeza e sorrio por ser acesso ainda.

Olá Meu amigo!!!
Mais uma vez, a sua sensibilidade aflorada, produz um poema tão simples mas também tão cheio de profundidade. Suas palavras me geram pertencimento e me representa não só abordando e revivendo os caminhos das minhas andanças; mas principalmente e apropriadamente as estradas da alma. PARABÉNS! Em muito obrigado por compartilhar publicamente, a nós, tanta riqueza!
Ainda esta semana comentava o quanto antes rua dos meus pais era animada em minha infância e adolescência. As brincadeiras tinham cada uma sua temporada certa, e todos se uniam com o mesmo entusiasmo.
Saudades e felicidade por ter tido uma boa infância!
Parabéns pela sensibilidade amigo!
✨ Parabéns Esdras, pela poesia!
Sua escrita transmite emoção, sensibilidade e verdade. É inspirador ver como você transforma palavras em arte. Continue expressando sua alma através dos versos — o mundo precisa disso! 👏🖋️
Uau! Amei!
“Rua Solitária” é uma leitura delicada e melancólica. Essa personificação da rua é tocante, vem a mente as imagens fortes como “calçadas descalças” e “infância presa nas casas tristes”. Esse tom de nostalgia é bem equilibrado pelo final que é o retrato da memória e do tempo, mas também sobre a capacidade de encontrar beleza mesmo na solidão: ‘afasto a tristeza e sorrio por ser acesso ainda. Mesmo a ‘rua’ esquecida, pode encontrar o valor em ainda existir, em ainda ser um caminho possível, um símbolo de resistência e dignidade silenciosa…
Parabéns, Paulo! De extrema sensibilidade, retratar a realidade, trazendo um ar de conforto, pois enquanto estivermos acessos a noite não será completa, mesmo que o vento da solidão sopre forte, a chama da esperança há de resistir.
Felizes são aqueles que viveram a infância e a adolescência nas ruas, jogando bola, gude, triângulo, etc. Hoje, com o enclausuramento das crianças e jovens em seus próprios lares, a rua, triste e silenciosa, realmente chora. Parabéns, caro Paulo!
Lindo! Reflexivo….muito bom !
Grande, Paulo Esdras!
Parabéns…