Sou imperfeito! Não nasci no tempo correto ou perdi o rumo?

Em que todos são exemplos e as escritas são desagradáveis

E pagam visualizações de coisas inúteis e curtidas descartáveis

Afogam-se no caos das ilusões telúricas da vaidade e do consumo

Algoritmos exponenciais que estripam e reviram da carne até o osso

Encasulando todos em bolhas foscas de um desejo fantasioso!

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Romper com essa lógica desumana é deixar de existir?

O belo não tem mais espaço nesta trama prosaica

A poesia foi substituída por uma preciosidade farisaica

Do prazer volátil que precisa de holofote para sentir

Dos filtros de imagens que depuram apenas banalidades

Se encontram maior eco nas mentiras e não nas verdades!

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Neste mar social raso e poluído essas são as redes que aprisionam?

Confundindo as interações naturais em meros seguidores artificiais

Substituindo grupos de amigos e família em perfis, páginas e canais

Arrastar para cima do esquecimento fugaz momentos que emocionam

Como numa corrida insana contra si mesmo por conta de um falso pódio

Transfigurando ao extremo ideológico de quem somos do amor ao ódio!

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Imagem: Prateek Katyal

8 respostas

  1. Caro Paulo, o seu texto é um alerta exemplar contra as tenebrosas inversões de valores da atualidade. Excelente reflexão, parabéns!

  2. Como sempre a escrita de Paulo é cirúrgica e toca nos pontos que devemos debater, pensar e sentir. Gratidão pelo texto. Está massa.

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