CIDADE DE ALUGUEL
Urubus com martelos formais
Sujam os bicos nos papéis de jornais
Envaidecidos com os espelhos
Que deformam até torná-los perfeitos
Se julgam acima dos meros mortais
Digerindo os sonhos dos brasileiros
A cidade de aluguel no cerrado
Onde o errado é certo e o certo é errado
Ecoa os “podres poderes” rastejantes
Em megafones nas pontas das pirâmides
Desde o julgo do verde desbotado
Até às queixas dos lordes e das madames
Faces de madeira eleitas como esculturas
Expostas numa das mais belas arquiteturas
De falsos santos internamente vazados
Aos pseudomessias lunáticos e fardados
Desviando sangue das pessoas até as sepulturas
Com os dentes a mostra ganhando grandes salários.
E uma parte dos patos veste a camisa da seleção
Mas a vida não é esporte e não deve servir à paixão
Ela bate panelas vazias para quem tem cofre cheio
Vive num país de fome e sofre com o desemprego
Mas não abre mão da dancinha da manipulação
Nem da humilhação que corrói o povo brasileiro.
Foto: betonociti
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– Um choque duro no peito para novamente pulsar,Uma tempestade que limpa e deixa água para florescer,O empurrão para salvar e assim renascer,Maremoto removendo a neblina do mar.– Encontro repentino que desagua a mágoa,Solavanco do navio pela primeira vez na água,Um tranco no motor engasgado a fim de funcionar,O Ardor na ferida do remédio para sarar.– A queda da fruta para a semente frutificar,O tropeço nos primeiros passos para aprender,O caminhar pesado na escalada antes da bandeira estender,A palmada no recém nascido para enfim respirar.– Um tapa na cara para levantarmos da letargia,Um susto no longo pesadelo que nos faz despertar,Um triste instante a fim de percebermos a alegria,Que outrora existia e foi substituída pela ilusão de odiar.
Nas palavras, molda poesia; na arte, constrói sonhos. Um visionário que transcende fronteiras, colorindo o mundo com a tinta da criatividade e o poder da cultura.
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